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Câncer de Mama na população transexual alerta para desinformação e preconceito

A discussão do câncer de mama em mulheres é um assunto bastante difundido e a cada ano novas campanhas de conscientização surgem. Segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), um em cada três casos de câncer tem chance de cura quando descoberto no início. Consultas periódicas com um mastologista, o autoexame e a realização da mamografia de rotina são de extrema importância para um diagnóstico preciso e tratamento adequado.

Mas o cenário muda, pelo menos no Brasil, quando falamos da mulher trans. A população transexual no Brasil já passa dos 750 mil e pouco se fala em políticas públicas e acesso à saúde para eles. Engana-se quem pensa que o câncer de
mama não atinge a mulher trans. A falta de acesso ao sistema de saúde faz com que o diagnóstico seja tardio e a doença seja descoberta em estágio bem avançado, o que diminui a expectativa de vida. A transfobia estrutural presente na sociedade, faz com que a sociedade não as veja, como mulheres, o que contribui para que o debate a respeito de problemas de saúde como o câncer de mama, ficam de lado em função de outras causas emergenciais.
As mulheres trans precisam ser incluídas nas campanhas e políticas públicas a respeito da doença.

Outro fator preocupante é que no Brasil não há pesquisas voltadas para os casos de câncer de mama na população trans, mas é notório o aumento diante da procura e diagnósticos nos consultórios médicos. Infelizmente o câncer acomete aquelas que fazem uso prolongado de hormônio, uso de silicone industrial, reduzindo muito
a expectativa de vida dessas pessoas. O risco é maior para as mulheres que optaram pela retirada parcial (total?) da mama, pois o hormônio feminino continua circulando no corpo e, segundo a médica, é comum o relato de morte precoce por câncer, entre 40 e 50 anos de idade. “São pessoas que não têm espaço para se cuidarem no poder público. Suas necessidades não são enxergadas.

A University Medical Center, em Amsterdã, na Holanda, realizou uma pesquisa que mostrou um dado alarmante: mulheres trans têm 47 vezes mais chances de desenvolver câncer de mama do que os homens cisgênero (que se identificam com
o gênero correspondente ao que lhes foi atribuído no nascimento). O preconceito, a marginalização e a falta de um programa de governo voltado para a saúde do transexual são barreiras que dificultam a prevenção e tratamento adequado. O acesso à saúde é um direito de todos e é preciso pensar nessa parcela da população que sofre ainda mais por não ter uma assistência adequada. Afinal de contas, em todos os casos, independentemente do gênero, a prevenção com acompanhamento médico, exames clínicos e o conhecimento do próprio corpo são essenciais para prevenir a doença.

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